quarta-feira, dezembro 19, 2007

O Tigre (de plastico e mal pintado) asiatico

Globalização é legal. Você vai para, digamos, França, liga o rádio e ouve exatamente a mesma porcaria que toca no resto do mundo. Vai ao cinema e ouve os, digamos, franceses dizendo que o filme é um lixo, como sempre foi. E vai ouvir isso em qualquer lugar do mundo, menos nos Estados Unidos, o berço da globalização. Lá joga-se baseball e futebol americano – que ninguém no resto do mundo entende e mede-se em miles e em inches, que todo mundo entende, menos os americanos. E eles não gostam dos filmes – só não ficam reclamando dizendo que é lixo americano.

Tem os que reclamam da descaracterização das culturas, homogeneização das sociedades e outros afins. Os europeus, claro, ficam tiririca da vida com a situação: se formos todos igualizados, xenófobos que são eles, vão ficar botando a culpa em quem pelos problemas deles?

Eu também acho a globalização uma coisa perigosa: e se por um acaso eu ficar que nem um francês? Já pensaram, tomar banho de mês em mês, comer gastrópodos em forma de sopa e, o que é pior, ficar achando que não há expressão artística mais divina que o cinema francês?! Ou pior: virar um.... desculpa.... pior que virar francês não consigo atinar...

Outro lado ruim seria deixar de ser brasileiro para tornar-se (como todo mundo) um igual homogeneizado. Todas aquelas coisas bárbaras que os povos pensam da gente... povo alegre, sensual, musical, hospitaleiro... ia acabar. Você e um francês: tudo a mesma coisa.

Agora, o mais legal é o que eu vi aqui em Israel na semana passada. Fui para uma vila Drusa no norte do país. Os drusos não são muçulmanos, mas tem uma cultura (e língua) árabe. Dentro do caldo da globalização a gente acaba por dizer que dá tudo na mesma. No final das contas, nas lojinhas que eles têm no centro comercial da vila, cheia de turistas, tem uma diversidade enorme de produtos: todos Made in China.

Quem ia pensar: o que seria dos árabes se não fossem os chineses! Não é que se venda por lá souvenir temáticos falsificados. Todo mundo sabe que os rosários que os cristãos compram, as menorot que os judeus compram e todo o resto é feito na china. Até mesmo uma caneca temática que comprei em Sydney com o símbolo das olimpíadas é feito na china. Mas é que a cultura inteira parece Made in China!

Brinquedos, arminhas, fantasias de criança, móveis, cortinas, roupas, enfeites e bugigangas domésticas: coisa mais feia que bater na mãe. Ninguém em sã consciência (a não ser eles) ia colocar um enfeite daqueles a vinte metros de casa, quanto mais dentro! E à vista das pessoas!

Eles colocam. E curtem. Quis comprar uma cortina. Demorou para achar alguma coisa com menos de um quilo de lantejoulas, ou bordados de florzinhas cor-de-rosa, ou estampas bregas de nenéns chorando. Tudo chinês. Pior que feito na China: Inventado e desenvolvido na China!

Pensem que horror: árabes são mais de 1 bilhão hoje no mundo. Quase 1/6 da população. Muitos sofrem embargo (cultural interno ou económico externo) dos EUA e portanto não adquirem nenhum pingo de influência do ocidente. No entanto, estão sendo apinhados de breguisses orientais. Montanhas de lixo horroroso estão se acumulando no reino de Muhamad. São mais de 1 bilhão de pessoas vivendo diariamente em casas onde as janelas são cobertas por cortinas de tecido vermelho brilhante acetinado com lantejoulas. E flores. Muitas flores! Quanto mais horrorosas melhor.

Pois os franceses que se cuidem, que influência dos EUA na América Latina é fichinha perto do que os Chineses são para o mundo brega.

Um comentário:

Andre Fucs disse...

ops... ooo israelense!

não seriam os muçulmanos que somam mais de um 1bi?