sábado, novembro 21, 2009

Cachorradas Internéticas

A impressionante incapacidade das pessoas em discutir com ponderação assuntos que possam envolver forte carga emocional sempre foi algo que me perturbou. Na Internet, protegidas pela distância física e pelo anonimato as pessoas passam longe do ponto onde já deixaram de ser ridículas, e passam a agir como psicopatas. Os assuntos esses são variados. Vai desde o tema da legalização do aborto, passando por religião, politica nacional, internacional, Oriente Médio, direitos dos homossexuais e, esta semana que passou, o direito de comer cachorro.

Foi um tema bem vindo, porque apesar de ter opinião formada a respeito de vários outros temas controversos (e tenho eu cá minhas opiniões controversas, por motivos controversos), neste tema de culinária canina me vi em um mato sem cachorro.

Alias, minha opinião sequer conta aqui. O que quero discutir é a discussão em si, e a dificuldade das pessoas de transpor a barreira emocional e simplesmente usar o cérebro para pensar, raciocinar e usar todas as maravilhosas faculdades logicas que essas atividades proporcionam.

A Historia



A discussão começou com a interdição de um abatedouro de cachorros em Suzano. Admito que li a notícia com certa estranheza. Prepara-se churrex e filet-miau no Brasil desde os tempos em que inventaram a fome. Mas abatedouro para mim, no Brasil, era novidade. Não me abalei, não me impressionei e toquei minha vida adiante.
Até que me deparei com este post daqui.
O texto em si nem me chocou, nem me emocionou nem me perturbou. Foi um texto escrito em tom de gaiato e sincero que eu pessoalmente não consegui concordar nem descordar.

Já os comentários me perturbaram. Não cheguei a ler os mais de 300 comentários (até o dia de hoje), mas os que eu li eram raivosos, rancorosos, violentos, ameaçadores. Nenhum - repito - nenhum deles especificava o porque do comentarista ser contra comer cachorros, como se fosse óbvio, e o blogueiro um delinquente que não está entendendo nada.

Usando o Cérebro.



Me propus a analisar não o fato de comer-se cachorros ou não, não o fato disso ser ético, bonito, gostoso ou não. Simplesmente analisar a reação assustadora das pessoas que comentaram neste caso (e fazer uma analogia para outros assuntos mais pesados). Mas para isso, devo antes deixar claro que, de óbvio, o assunto não tem nada.

Consensos, quando não são baseados em fatos são na verdade uma enorme montanha de preconceitos. Por que ninguém chia quando alguém come carne de porco no Brasil? O que tem o porco de inferior ao cachorro que faz com que seja perfeitamente aceitável não apenas comê-lo, mas criá-lo para este fim?

Porcos são e foram em várias situações e locais animais de estimação. São fofinhos e são extremamente inteligentes, podem servir para prestar vários serviços. Simplesmente não consigo encontrar nenhum fato, que não seja simplesmente cultural, que caracterize o porco como sendo biologicamente em nível inferior ao cão.

Poderia escrever odes às vacas. Vacas podem não ser extremamente inteligentes, mas são carinhosas, tem personalidade e podem vir a ser até bem fofinhas. Vários amigos meus, urbanos até os ossos, ao virem passar um ano aqui em Israel, voluntariando em um kibutz, simplesmente se apaixonaram pelas vacas que cuidaram, chamando pelo nome e tudo mais.

E assim fico tentando imaginar por que nos causa ojeriza (pelo menos a alguns de nós) comer carne de cachorro. Certamente a resposta não é biológica, tampouco é obvia. E certamente não deveria ser fato tido como garantido.

Porrada da Brava.



Quando pessoas tem seus brios culturais atacados, perdem as estribeiras. "Como assim comer cachorro?!" Um consenso não deveria nem sequer ser questionado. Ou deveria?
Não.
Realmente não deve ser questionado, afinal, se fosse não se chamaria consenso. Consensos e ideologias existem como uma especie de piloto automático. Ao invés de se gastar tempo, vitaminas e fósforo do cérebro pensando, usam-se consensos para nortear a vida, tomar decisões importantes de maneira imediata.

Consensos e ideologias são dispositivos tão poderosos na psique humana que provavelmente já foram muito úteis, até mesmo vitais na história evolucionária humana. Por exemplo: se é consenso não comer cachorro (ou porco, como aqui no Oriente Médio, ou vacas, na Índia), melhor nem questionar - afinal:


  1. deve ter um motivo para ter se tornado um consenso, não?

  2. a gente vem comendo nossa comidinha e ninguém morre disso. De repente, assim, sem explicação, sair comendo cachorro? Pode dar nó nas tripas. Melhor manter-se dentro do consenso.


Isso explica o fato das pessoas não questionarem seus próprios preconceitos, consensos e hábitos. Só não explica o porque de ficarem tao ofendidas quando alguém o faz.

Já vi bons amigos sem nunca mais se falar por uma discussão a respeito do direito de aborto. Uma pancadaria a respeito da liberação das drogas e milhares (provavelmente milhões) de pessoas assassinadas por motivos religiosos.

Ah! Se as pessoas lessem Platão...!



A grande parte dos maiores maus entendidos a que tenho presenciado são de ordem lógica. Lógica pura. Escreve-se uma coisa, leitores a leem e interpretam do jeito que querem, assassinando mais de 3000 anos de estudos de lógica. Aqui vão alguns exemplos;


  • Generalização do caso particular: "Há um carioca que coloca katchup na pizza". Conclusão: "Todo carioca põe katchup na pizza".

  • Generalização invertida: "Todo míope usa óculos". Conclusão: "...portanto todos que usam óculos são míopes."

  • Generalização de um caso particular com inversão: "Há um carioca que coloca katchup na pizza". Conclusão: "pôs katchup na pizza?! Certeza é carioca!"


Outros exemplos clássicos envolvem a estatística. Estatística é uma parte da matemática complicada e, ao contrário do que se pensa, muito pouco intuitiva. Erros estatísticos em geral são uma compilação de achismos baseados na experiência, ou nas aparências.

Exemplos disso são pessoas vendo na propaganda da loto na televisão, ganhadores sorridentes e felizes em uma entrevista. Pensam: "Eles ganharam. Nós também podemos ganhar!". Se TODOS os perdedores forem entrevistados, cinco segundos de entrevista cada um, ficaríamos ANOS na frente da televisão, sem fazer absolutamente mais nada (nem dormir) vendo essas entrevistas. A ideia de que ganhar na loto é trivial diminuiria significavelmente.* É o mesmo processo que faz pessoas terem muitíssimo mais medo de voar de avião do que andar de carro, apesar do segundo ser várias vezes mais perigoso e mortal.

Erros estatísticos "provam" que comer cachorro é errado: afinal come-se muito mais porcos que cachorros, não? Não. Ou melhor: não sei. Ou melhor ainda: é provável que ninguém saiba, pois não existem números confiáveis. Mas assim nos parece, afinal, nas nossas redondezas, costuma-se ver muito mais gente comendo carne de porco que carne de cachorro.

É o mesmo tipo de erro que apresenta Israel como sendo um lugar perigosíssimo (talvez ainda não tanto quanto Gaza), onde a única coisa que há são guerras e morte. Muitíssimo mais perigoso que, por exemplo, o Rio de Janeiro. (No Rio de Janeiro morreram apenas em confrontos policiais - sem contar aqui assassinatos civis, afinal estou falando de uma guerra - mais de 10000 pessoas. Desde 2000, morreram entre palestinos e israelenses pouco mais de 12 mil). É verdade que ver o Rio nos noticiários como sendo violenta é figurinha carimbada. Aliás, tão carimbada, que assassinatos por lá já faz mais de meio século já não são mais notícias. Já Israel nunca nem jamais aparece em outro contexto que não o do conflito - e quanto mais armado e violento, mais aparece.

Erro estatístico é fácil de se transformar em um pré julgamento. Seguindo exatamente a mesma lógica (ou falta de) que apresentei logo acima, conclui-se que negros são bandidos. Pelo sim, pelo não, atravessa-se a rua para a outra calçada se a rua estiver meio escura e meio vazia. Pré julgamento esse que quando é sobre uma pessoa, baseada em suas origens, se chama de racismo.

"Oras! Você já viu um japonês burro? Um judeu pobre? Uma loira formada em física quântica?" e assim por diante. Colocando assim parece tudo muito óbvio. Mas quando se fala da reação raivosa de gente que usa consensos ao invés de usar a cabeça nada é muito óbvio.

O caso da Geisy Arruda é perfeito para ilustrar. Antes, durante e (pasmaram as feministas) até mesmo depois do linchamento moral da moça, muita gente (talvez a maioria) seguia achando que quem estava errado nesta história toda era a aluna. Afinal "quem anda de vestido curto cor-de-rosa choque está pedindo para ser escorraçado, não?", porque "quem se veste assim é puta".



Prá porrada! Prá porrada!



Se um sujeito vive sob um ideal e um consenso, vai lutar como uma fera para não ver seu mundinho desarmar-se. Uma pessoa é facilmente manipulável para agir de maneira violenta ao ter seu consenso questionado. Uma turba é mais ainda. Especialmente porque consensos tem seu respaldo pelo fato de serem aceitos pelo grupo. "Como assim eu estou errado? Eu? E todos esses meus amigos e colegas e familiares? Tudo completamente errado e você certo? Oras! Quem é você?" E assim, sem pensar muito (na maioria das vezes, sem pensar nada) o sujeito parte para a ignorância, e despeja toda raiva no questionador. Foi assim com o blogueiro e sua vontade de provar cachorro, foi assim com pobre moça da Uniban.

As vezes a briga se divide em times. Os Petistas e os Tucanos. Os comunistas e os capitalistas, os Flamenguistas e os Fluminenses. Os pró-vida e os pró-escolha. Os pró-Israel e os pró-palestinos.

O aglutinamento de todos os pensamentos possíveis em duas vertentes é comum, pois dicotomia, dualismo, dualidade é mais fácil de virar um consenso do que um mundo multifacetado e complexo. E, como já cansei de dizer, o hábito é o de pensar o menos possível e usar os instintos o quanto mais.

Às vezes, numa briga desse tipo, é mais importante mostrar que o outro lado está errado do que postar-se como estando certo. Outra tática bastante comum é desqualificar o "adversário". Para isso vale xingar a mãe e citar preferências sexuais. Nada relevante para o argumento.

"Comer cachorrinhos é errado porque... porque... porque... Oras! Porque você é quem está dizendo que comeria cachorrinhos, e você é um monstro!"

Táticas de Guerra



Clichês;



Na verdade veio em boa ora este novo assunto porque os velhos já estão saturados de clichês. Clichês são frases de efeito gravadas na memória de milhões de idiotas torcedores de certo bloco que são imediatamente usadas como trunfo em meio à discussão. Entender o significado da frase é dispensável, e conhecer a origem dos fatos que ele apresenta também é desnecessário para um bom brigão.

"Fetos já tem pensamentos e sentimentos dentro da barriga da mãe!" contra "O corpo é da mulher, e ela tem direito de fazer com ele o que quiser". Ambos os chavões são populares, suas acuracidades manipuladas de forma a parecerem absolutas e de difícil resposta. Não se baseiam em qualquer dado científico, moral, filosófico ou lógico.

Citar fontes;



"Li na Veja", ou "Olhe este artigo na Wikipédia", "foi meu avozinho que falou. E ele nunca mente", são comuns. Já me deparei até com "foi Deus que me disse!".

Não entro em discussões acadêmicas. Não procuro fontes absolutas nem sequer costumo checar-las muito. Mas se alguém faz um comentário malicioso sobre determinado assunto (religião, ou ateísmo, ou sobre o conflito no oriente médio, ou sobre comer cachorros) e usa como respaldo uma citação, é importante verificar exatamente quais são as motivações do autor citado. No caso do conflito do oriente médio, ou história de Israel (assuntos que posso discutir com relativo conhecimento, e portanto sei) é difícil encontrar até mesmo um acadêmico que já não tenha tomado um partido bem antes de iniciar a pesquisa. Normalmente por motivos religiosos, motivos psicológicos (culpa, medo, ansiedade) e que cavucou a História para encontrar dados que provem a teoria (ao invés do método científico de gerar teorias para explicar os fatos). Raivosos discutidores profissionais da Internet adoram gritar que isso não invalida os dados. Gritam tão alto que esquecem que nenhum dado vive sem seu contexto.

Mudar de assunto;



A melhor colocação desta tática eu vi no filme "Obrigado por Fumar". O trecho relevante começa no vídeo abaixo depois dos 5:45 minutos. Mas o filme está todo no YouTube, e vale à pena vê-lo todo.



Xingar a mãe;



Prá falar a verdade, existem várias variações de xingar a mãe que para um desatento pode parecer como mudança de assunto. Fica por conta do interlocutor aproveitar para cair na porrada também, ou simplesmente deixar prá lá.

Mas por que não dá certo?



O mais importante motivo para uma discussão, seja fora da Internet, mas especialmente dentro simplesmente virar uma gritaria entre surdos, é o que eu chamo de Teoria da Brecha.

Há uma nítida impressão de que cada vez que se concorda com o que o interlocutor afirma, dá-se um ponto para ele, e ao seu argumento. A impressão é a de que quanto mais certo ele estiver, mais errado você estará. Abrir uma pequena brecha para o "inimigo" é impensável. Isso simplesmente faz com que pessoas razoavelmente inteligentes neguem o óbvio.

Exemplos:



  • Numa discussão sobre o direito do aborto, um "pró-escolha", em meio ao argumento, afirma que um óvulo não é um ser humano. Imediatamente o "pró-vida" imagina estar abrindo uma brecha para o outro que vai acabar afirmando também que um óvulo recém fertilizado também não é um ser humano, e portanto nega que um óvulo não seja um ser humano.

  • Um petista se recusa a aceitar o argumento de um PSDBista de que a situação econômica mundial nos últimos oito anos foi muito favorável. Vai recusar porque acha que isso vai ser usado de argumento contra o Lula de alguma forma. Mesmo que seja a mais absoluta verdade, e não tenha muito que ver com a discussão em questão.

  • Um pró Árabe se nega veementemente a aceitar que os governos de maioria muçulmana no mundo ou são teocracias ou presidências totalitárias corruptas e hereditárias. Não vai aceitar não porque seja mentira ou exagero, mas porque acha que por estar aceitando isso, vai abrir uma brecha para o argumento do interlocutor, mesmo que este esteja a falar mal de Israel.

  • Finalmente, um "amiguinho dos cachorros" vai se recusar a admitir que vaquinhas e coelhinhos também são fofos, que porcos também são inteligentes e que comer peixe cru no Brasil, há 20 anos atrás também era considerado nojento.



O fim da linha psicológico simplesmente não permite conclusões lógicas. Não parece haver solução próxima, até as pessoas passarem a argumentar e a tentar entender com o cérebro, e não com o coração.

* - Boa parte deste argumento marcado pelo asterisco, incluindo exemplos foi retirado do fenomenal vídeo de Dan Gilbert, no TED:

7 comentários:

Helô disse...

Oi Gabriel,

Li teu artigo até a Geisy e o artigo do cachorro. Olha, uma coisa é preconceito, aquelas verdades infundadas que só envenenam a convivência entre as pessoas.

Outra coisa são costumes, mais ou menos arbitrários, aceitos socialmente e às vezes condensados na forma de lei.
Bom, no Brasil as pessoas tratam cachorro como uma espécie amiga.

Não sei se há lei contra o abate, se se enquadra em algum tipo de lei contra a crueldade com animais, vigilência sanitária ou o que for. O mais provável é que não haja regulação de abate, e portanto o restaurante nem tentou comprar legalmente a carne.

Mas comer carne de cachorro é obviamente contra a visão que temos no Brasil da relação da espécie humana com a canina. Eu também não gosto quando me pedem para tratar animais domésticos como seres humanos. Mas entendo que esses animais, amigos das crianças, protetores com relação à vida e a propriedade de seus donos, merecem um tratamento diferenciado.

O fato de esses valores serem relativos - na China é diferente - não torna esses valores menos reais. Se a gente for examinar todos os valores o tempo todo, não há convivência possível. Eu não posso chegar na casa de uma amiga que ama seu gato e perguntar se ela tem alguma receita boa para fazer com carne de gato. Eu tenho que assumir que temos valores comuns. Mesmo que seja para depois modificá-los, refletir sobre eles...

Sobre a Geisy: só conheci uma pessoa que achou o vestido indecente: a copeira de um hotel de beira de estrada. Todo mundo achou aquela história uma grande estupidez contra ela. Do Bóris Casoy: "Isso é uma vergonha."

Ricardo Siqueira disse...

Porra sensacional te-lo de volta!
Eu pessoalmente não gosto de cachorro nem como amigo nem como alimento. Como alimento, imagino que não seja nada gostoso pois o bixo é musculoso.
Eu também não entendo porque é socialmente aceito pegar pra fazer sabão e não pegar pra fazer comida.
Por outro lado há duas questões que são absolutamente primordiais nesse debate e que não foram abordadas em seu texto:
1)Porque alguém paga DUZENTOS REAIS num prato de cachorro? Seria apenas por uma questão de tradição/nostalgia/saudade da comunidade coreana em São Paulo? Talvez mas aí chegamos á segunda questão.

2)Porque , meu deus, alguém em sã consciencia sentiria saudade da Coréia?

Anônimo disse...

Achei muito bom e ponderado esse seu post. Gostei também do texto do cara dos cachorros (e me identifiquei bastante, eu não digo que gosto, mas basicamente provo quase qualquer coisa. Talvez não cérebro de macaco, mas os gafanhotos com certeza). Comecei a ler os comentários, mas não dá. Realmente, como alguém que se diz normal entra na pg dos outro só pra postar algo tão inteligente como "você é um lixo" ou "vê se morre"? Inacreditável, e faz refletir sobre privacidade, modernidade, valores e tudo mais.
Renata

Lins disse...

Taí,não faz muito tempo estive no Vietnã, país belíssimo, de gente amigável e clima mais para o calorento, mas eventualmente ameno. Descobri ali algumas pérolas culinárias: a flor de bananeira, que por aqui é desprezada como apenas um penduricalçho do cacho a ser desbastado,mas dá uma excelente salada; a flor de lótus , com seus bulbos , que achava apenas remeter ao Tintin, ainda que não tivesse a ver com o livro ( "Tintin e o lótus azul") , que fala de ópio, mas quando cristalizada é um doce que não fica a dever a nenhum outro, de uma delicadez ímpar; o camarão frito no alho e...no capim-limão, faz toda a diferença; lá reenecontrei também minha fruta poredileta, o sapoti, que em vietnamita é ....sapoti, veja você, deve ser coisa de português viajante..; a lula desidratada, excelente tira-gosto para acompanhar um chope , mas ainda por descobrir no Brasil; e finalmente a carne de cachorro, a venda em um sem-número de açougues, com os bichinhos retalhados, como se fossem as nossas vacas, frangos, carneiros, cabritos ou porcos. E veja você , por mais glutão ou aventureiro gastronômico que eu seja ( já comi carne de cavalo em forma de linguiça, ainda que só tenha sido informado a posteriori da origem da proteína animal..) não encarei o totó ensopado...certamente apenas por uma questão cultural. É a vida, só isso.

Tennisson disse...

Caro amigo,

primeiro, gostaria de elogiar seu blog - o encadeamento de idéias é muito inteligente. Segundo, a forma como você trata nossa língua - digna de nota, em uma mídia cujos usuários a maltratam. Terceiro, gostaria de saber a quanto tempo mora em Israel, visto que maneja o idioma português tão habilmente, e se domina tão bem o idioma local. E quarto, encontrar pessoas com idéias tão sensatas está cada vez mais difícil, por isso resolvi tratá-lo como amigo e tenho esperança de sê-lo, em verdade.

Gabriel Paciornik disse...

Muito obrigado, Tennisson. Estarei postando mais logo que entrar de ferias na faculdade.

Anônimo disse...

Parabens a este site, objetivo, esclarecido , inovador e sem medo de falar o que nao se quer ver.
Hoje se fala de ecologia , sustentabilidade, porque nao antes de se agravar tanto, assim vejo este site, adiantando assunto para que nao seja tarde de mais la na frente, afinal produzir vidas de para alimentar fast food, restaurantes e domicilios, isso nao é humano, nem conheço um nome para um ato tao macabro.
É natal vamos comer peru? é, todos pensam assim nesta epoca, quantos milhoes de peru sao produzidos para celebrar um evento divino, q ja começa nao agradando o Divino.
Nós seres humanos somos melhor que isso.
Sim juntos por uma civilização melhor.

Alex