sábado, junho 10, 2006

Ahá! Eu também tenho aqui minha historinha de copa do mundo para contar! Não é só porque eu não entendo picas de futebol, não tô nem aí para copa do mundo e nem sequer gosto da coisa que eu não vá participar: não gosto de futebol, mas sou um capitalista, afinal.

Foi na copa de 98. Jogo entre Iran e EUA (grupo F, jogo no dia 21 de Junho em Lyon: 2x1 pro Iran). Foi bem antes dos Aiatolandos endoidarem de vez e resolverem que há uma necessidade inadiável de destruir o planeta inteiro. O único George Bush que se houvira falar era o pai, Iraque era a Sadanhuseinlandia e o mundo era muito mais seguro (embora não soubéssemos). Eu, como de costume simplesmente ignorava a existência do jogo, e estava sentado na sala de computadores dos Dorms da universidade, onde residia. Não lembro de estar fazendo alguma coisa importante. Provavelmente era algo como batendo papo no chat (lembram do mIRC? – não funcionava na universidade; eu usava uma versão via Telnet... horror!), ou lendo jornal, ou e-mail.

Pode ser que seja impressão minha, mas acho que naquela época em Israel não se dava assim tanta bola para copa do mundo como hoje. Certeza é que este jogo em particular parecia tão atrativo quanto Paraguai vs. Camarões e não movia torcidas e fanáticos a pararem imediatamente o que quer que se fizesse para ver o jogo, por assim dizer.

Mas eis que vieram os gols. Barulhera tremenda. Eu cutuco o colega do computador ao lado e pergunto se ele sabe do que se trata. Ele dá ombros. Depois de uns tantos barulhaços desses eu acabo descobrindo por conta própria. Não era para ser tão difícil: todos os estudantes árabes naquela sala já estavam reunidos na frente de um televisor portátil que alguém contrabandeara para dentro do laboratório.

O Iran ganhou de 2 a 1. Um Carnaval dos estudantes árabes (beduínos e outros) degringolou durante todo o 2º tempo e logo depois do fim do jogo. E eu só ficava pensando, o que é que tem essa gente com o Iran! Ou seria na verdade contra os EUA?

Filosofei bastante sobre essas coisas naquela noite e só chego à conclusão hoje: não é só o futebol que é uma caixinha de surpresas: a torcida também é.

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