segunda-feira, junho 15, 2009

Nem sim, nem não - muito pelo contrário. O discurso de Natanyahu.

Tudo previsível.

A linguagem messiânica, os movimentos de mãos de líder, e a impressionante quantidades de clichês repetidos ad nauseum.

Como previsto, Nataniahu deu um show de oratória. Falou muito, falou bem e não disse absolutamente nada. Invocou a história do sionismo, invocou as várias tentativas de aproximação com os palestinos (incluindo aqui dezenas de clichés sem gosto, e sem verdade) e fechou o botequim com o seguinte resumo:

Aceita sentar-se com qualquer líder árabe (ou com todos) para conversar sobre paz sem (sic) qualquer pré condição (embora não tenha especificado para conversar exatamente sobre o que);

Aceita a existência de um "lar palestino" (cá, perceber que a palavra "estado" não foi usada) desmilitarizado. Refugiados deverão ter sua situação resolvida fora das fronteiras de Israel. E Jerusalém seguirá indivisível (como se ainda o fosse) capital de Israel;

Sobre os assentamentos, Natanyahu conseguiu enrolar até a mim e a outros melhores que eu: afirmou que não construirá mais cidades, e que não expandirá as existentes, mas que se reserva ao direito de cuidar do crescimento natural da população afim de que possam "levar uma vida normal". Como, exatamente, ninguém entendeu. Vai construir casas debaixo da terra? Ou será que expansão é uma questão semântica discutível.

A resposta do Obama não leva em consideração que em momento algum Natanyahu explica o que fará com os postos avançados e as colônias ilegais (quem dirá as legais).

Enfim, quality time em frente à televisão, ao invés de ficar vendo novela.

Um comentário:

Ricardo Cabral disse...

Bom ler o teu post, Gabriel. Olhares críticos para discursos de políticos é sempre bem-vindo, mais ainda em tempos onde as palavras de ordem gritadas são a regra.

Abs